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Opereta de Chiquinha Gonzaga foi primeiro recorde de bilheteria no Brasil


 

Forrobodó é uma opereta em 3 atos com texto de Luiz Peixoto e Carlos Bittencourt, com música de Chiquinha Gonzaga. Foi estreada em 11 de Junho de 1912 no Teatro São José (RJ). Apesar do clima de descrédito que a produção sofria antes de estrear, principalmente pelo texto ser de autoria de dois novatos, "Forrobodó" foi o espetáculo teatral de maior sucesso na época, chegando a 1500 representações consecutivas após a primeira apresentação.

Com o subtítulo de "burleta de costumes cariocas", a história de Forrobodó vale por um retrato dos hábitos da população pobre dos subúrbios do Rio de Janeiro do início do século XX. O texto reproduz inclusive o modo de falar com gírias e palavras erradas que era característico dessas regiões (a maioria esmagadora da população de baixa renda da época era analfabeta ou semi-analfabeta). Por isso, e pelos típicos personagens da história, o conteúdo da opereta é fortemente cômico e picante, algo que pode surpreender muita gente, por ser uma peça escrita em uma época em que a sociedade ainda era muito conservadora.

Apesar do clima de descrédito que a produção sofria antes de estrear, principalmente pelo texto ser de autoria de dois novatos, Forrobodó foi o espetáculo teatral de maior sucesso na época, chegando a 1500 representações consecutivas após a primeira apresentação.

A história é ambientada em um bairro simples. A ação da peça ocorre durante uma soirée dançante em que personagens pobres tentam imitar o comportamento da elite. O resultado é uma caricatura ao descrever as gafes cometidas por eles; a peça revela ao grande público as gafieiras. Forrobodó criou o teatro de tipos populares e personagens caricaturados, verdadeira novidade em um Rio de Janeiro afrancesado e acostumado até então apenas ao teatro clássico nos moldes importados da Europa.

Inicialmente a história se move em torno de um roubo das galinhas do dono do clube musical, ao mesmo tempo em que começa a haver um príncípio de quebra-quebra na porta do clube, quando alguns penetras tentam entrar no salão de bailes. Entretanto, o enredo é apenas um mero pretexto para o engraçado desfile de tipos pitorescos que vão entrando na história, e de deliciosos números musicais com o sabor típico da época. Entre seus personagens principais, podemos citar o pernóstico Guarda Noturno, a insinuante mulata Zeferina, o irritado português Barradas com sua fala característica, o valentão Lulú e sua "namorada" francesa Madame Petit-Pois, e vários outros personagens que fazem da história uma deliciosa viagem ao Rio suburbano de outros tempos, e resgata tipos humanos que não existem mais. Madame Petit-Pois, por exemplo, é na verdade uma prostituta que sustenta o valentão, exatamente como ocorria na época no Rio e no Brasil - prostitutas judias russas, alemãs e austríacas que vieram para o país nos fins do século XIX para trabalharem como prostitutas, chamadas de "polacas" pelos brasileiros.

Na estréia do espetáculo em 1912, estavam no elenco Pepa Delgado (1887-1945), uma das primeiras cantoras a gravar no Brasil (pela Casa Edison, a primeira empresa de gravações sonoras do país, fundada por Fred Figner) e Alfredo Silva, ator muito popular no teatro de revista carioca da época.

Forrobodó tem sido encenada regularmente em vários teatros pelo Brasil afora. O órgão que guarda os originais desta e de outras obras de Chiquinha Gonzaga é o SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), com sede no Rio de Janeiro, órgão fundado em 1917 pela própria compositora.



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